terça-feira, 4 de junho de 2013

O PSDB, Aécio e o Brasil



Na convenção tucana que elegeu Aécio Neves presidente nacional do PSDB, percebi uma pujante energia nova, caracterizada pelo entusiasmo, a recuperação da identidade partidária e expressiva postura de unidade, em todos os discursos e proposições.

Se seus adversários esperavam o contrário e até trabalharam para isso, com certeza, decepcionaram-se, ante esta primeira inequívoca vitória de Aécio: a convenção que o elegeu Presidente foi a sua cara e seu estilo, exibindo um PSDB de face nova, ao revelar competencia, paciência e habilidade para dialogar internamente, sedução e coragem para se expor como oposição, e capacidade para perceber o Brasil e oferecer soluções para seus grandes desafios.

Os partidos políticos são organizações das mais importantes nas sociedades democráticas, indispensáveis a sua integridade e manutenção. Em semelhante contexto é necessário que tenham e mostrem, com clareza, alma e cara e que não abram mão de sua identidade, em qualquer circunstância, por mais tormentosa que ela seja ou pareça ser.

Daí minha satisfação, embora não seja tucano, ao assistir à Convenção Nacional do PSDB e presenciar a reafirmação de sua identidade e origem, desbotada e diminuída já há alguns anos, por deixar de assumir sua própria história, seus governos e a expressão de suas lideranças.

Satisfação porque imaginei esperançoso, naquele cenário, o início de uma nova etapa de autenticidade e coerência na vida das nossas organizações partidárias.

Cabe ressaltar que a negação partidária não é uma prática restrita ao PSDB, mas comum a todos os partidos políticos brasileiros, cuja marca mais forte vem sendo a descaracterização e a perda de identidade, o que desmerece sua razão de existir, a conseqüência desse pecado original.

Outra energia substantiva que percebi nessa importante convenção, foi o entusiasmo geral dos participantes. Convencionais, militantes e simpatizantes, expressaram com clareza sua euforia renovadora, marcando presença pela vontade de lutar, orgulhosos do que são: tucanos!

Oxigenada por esses poderosos sentimentos e pela postura de unidade das lideranças maiores do PSDB, de todas as origens e regiões, a convenção sinalizou com uma nova visão do Brasil, como alternativa auto-criticada e recriada da prática histórica da social democracia brasileira com fundamentos e pressupostos essenciais e indispensáveis à formulação da proposta de programa de Governo, a ser apresentada no embate do próximo pleito eleitoral.

Nessa direção, o jovem Presidente do PSDB, Senador Aécio Neves, deverá demonstrar sua capacidade de agir como o fez na Convenção, para assegurar e fortalecer a unidade partidária e turbinar a energia positiva que dominou aquele evento, trazendo a exposição pública um partido que revele credibilidade e competência para cuidar do Brasil e do povo brasileiro. Nessa via é que ele encontrará verdadeiro prazer e habilidade para o complemento da primeira etapa de sua missão, que é aproximar o PSDB do povo, unir as forças políticas verdadeiramente interessadas no Brasil para a sincera e indispensável governança compartilhada, cenário no qual os jovens devem ocupar lugar de destaque, em todas as instâncias e momentos, como principais autores e atores, nesta nova sociedade do conhecimento, da qual eles são mais que imprescindíveis.

Finalmente, é preciso ter a clareza de que esses ingredientes dinâmicos, terão seu laboratório esmerado em Minas, terra e símbolo de Aécio, reduto onde a ampla flexibilidade precisa ser a regra de conduta permanente, e o individualismo e a intolerância devem ser recusados como práticas desagregadoras em sua tentativa de fundamentar qualquer pretensão menor que o Brasil vez que o que está em jogo é algo muito maior que Minas, embora sem ela, provavelmente, não se tenha exito na missão principal.

* José Prates  é ex-prefeito de Salinas-MG, arquiteto e urbanista, escritor.
Líder dos movimentos políticos Lulécio e Dilmasia.

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